O verdadeiro protótipo dessas mutações geracionais é Robert Pattinson: 24 anos, um britânico em Hollywood, onde ele se tornou famoso mundialmente interpretando o pálido Edward Cullen (e, antes mesmo, Cedric Diggory, um aluno exemplar em Hogwarts na série Harry Potter). Ele brincando admite ser “nada de especial, um daqueles que vivem em hotéis e viajam o mundo”. No entanto, ele criou uma nova identidade masculina, surpreendente até mesmo para a sub-cultura do Facebook que o fez uma estrela através da rede social. Hoje é a véspera de um teste importante para ele: seu novo filme, WFE: ele é o protagonista de um filme melodramático, que se passa em um circo, do Best-seller de Sara Gruen. [...]
Sendo rotulado como um ídolo teen, agora você esta sendo testado como um verdadeiro ator.
Eu tive essa chance de atuar com Christoph Waltz e eu me apaixono por Marlena (Reese), sua esposa. Viajando com o circo, eu visitei áreas da América longe de Hollywood. Existem segredos obscuros neste filme, como na vida. E há essa idéia de amor salva-vidas, no qual eu acredito. Eu não sou brega, mas eu tenho uma alma romântica.
Você se dá bem com as garotas?
Eu cresci com duas irmãs mais velhas, e eu tenho um grande respeito pelas mulheres. Eu odeio a falta de pudor, eu fico entediado quando as pessoas ostentam seu corpo. Sexo e sentimento pra mim andam lado a lado.
Seu lado rockeiro: as pessoas dizem que você passa noites com seus amigos ouvindo Tom Waits, Van Morrison e o falecido Jeff Buckley.
Música é um aspecto fundamental da minha vida. Eu gostaria de poder fazer um filme sobre o Buckley, sua voz, suas composições me ensinaram muito. Estou interessado em sua criatividade, em sua existência, até mesmo em sua morte por afogamento em 1997, no Mississipi.
Que tipo de uso você faz da internet?
Um uso prático. Meu filme preferido ano passado foi ‘A Rede Social’ e um dia eu gostaria de trabalhar com David Fincher. Tudo o que ele faz é interessante, e ele conseguiu o melhor de um ator que eu realmente admiro, Jesse Eisenberg.
Mr. Pattinson, você é um ídolo. Quem é o seu?
Jack Nicholson. Ele tinha uma grande carreira e ele sempre dominava seus personagens. Considerando que no fim, para muitas pessoas, eu sou apenas o vampiro Edward e em minha vida eu sou apenas o Robert. Nós compartilhamos o mesmo penteado. Mas quando eu leio um artigo inteiro sobre meu cabelo, eu dou a minha melhor risada britânica.
A propósito: o que te trouxe de Londres para Hollywood?
Difícil perspectiva de trabalho. Eu não tinha grandes experiências como um ator, eu tinha posado desajeitadamente como um modelo; então, cinema. Em Vanity Fair eu era o filho da Reese, enquanto neste último filme eu sou seu amante.
Pra ser honesto, não é um ótimo currículo.
Não, e eu nem mesmo tinha certeza se queria ser um ator, eu sempre pensei que eu ia ser um escritor ou um músico. Mas então eu me apaixonei pelo aspecto aventureiro do cinema. E eu encontrei a disciplina, a ética, e deixa eu te dizer, o chamado interior, que me ajudou a dar uma estrutura adequada para minha vida.
A fama foi em seguida, uma fama não-humana: o vampiro. Como Rob Pattinson protege a sua pessoa dos fãs que só estão interessados em uma celebridade?
Eu sou um cinéfilo, eu sempre amei cinema. É uma paixão. Cinema tem a mais importante e a mais verdadeira tarefa comunicativa: ele nos faz sonhar, ele amplia nossa imaginação, e sim, ele pode nos ajudar a se tornar uma pessoa melhor. Eu comecei a estudar francês apenas porque eu estava interessado no diretor da nova onda, Godard. Tudo isso não me faz uma ‘celebridade’ mesmo se mais tarde eu entrasse no sistema de Hollywood.
Quão importante foi sua família na sua educação?
Eu tenho uma solida família por trás de mim, duas irmãs, Lizzie é uma musicista assim como eu; sim eu toco piano e violão e eu até mesmo escrevi músicas para Twilight. Eu continuo um inglês, eu ainda me lembro dos meus dias em uma escola pública, a Harrodian, onde eu não era um aluno extraordinário, mas sempre curioso e aberto à diversidade cultural. Minha família me ensinou a ter senso da realidade, de dever, de recusar qualquer tipo de histeria e eu nunca me considerei superior aos americanos porque eu sou de Londres. Eu odeio todo o tipo de esnobismo; muitas vezes tem racismo por trás disso.
Nós sabemos muito pouco sobre sua vida. Como um homem e um ator, como você se descreveria?
Meu pai Richard vendeu carros durante anos, minha mãe trabalhava como uma agente no show business. Eu comecei a atuar quase que por acaso na escola e eu tocava em uma banda. Eu nunca pedi por muitas roupas e sapatos, e eu nunca procurei ser muito sociável e eu nunca vou ser. Eu lia muito e ainda leio; meus escritores favoritos são os russos, Dostoevskij, Nabokov. Eles tiram sarro de mim no set porque eu estou sempre lendo algo. Ultimamente eu estive lendo novamente meu escritor inglês favorito, Martin Amis. Seus livros são relatos extraordinários da vida contemporânea e psicológico.
Qual foi o ponto decisivo do status de jovem ator para superstar?
Eu cheguei em um ponto onde eu disse: eu vou ser um ator profissional, procurando as origens de meus personagens, fazendo algo real desse trabalho efêmero. Isso vai me permitir viver a vida que eu quero viver, ser ativo na política verde, ser um cidadão do mundo. Fama é uma desvantagem, não um privilégio, que muitas vezes complica as coisas. Eu tento não cair na teia dos hotéis de classe alta, vôos de primeira classe, designers te mandando toneladas de material, milhares de meninas em todos os lugares…
Você consegue resistir a tudo? Você pode se definir pelo o que você se recusa? Você é imune a fofoca?
Minha vida particular está fora de limite. Eu nunca falei sobre minhas paqueras, eu não sou um homem de casinhos curtos e superficiais. Eu não falo sobre meus relacionamentos com amigas, sem mencionar como eu não falo sobre os rumores de minha relação com Kristen Stewart, uma atriz que eu admiro porque ela é uma pessoa real, uma atriz de verdade. Foi a química que eu tive com ela que me ajudou a conseguir meu papel em Twilight. Eu não deixo as pessoas tirarem fotos das casas que eu aluguei tanto em Nova York quanto em Londres. Quando estou em L.A. eu vivo a maior parte do tempo em hotéis. Você pode viver muito bem no anonimato de um quarto de hotel, especialmente quando você tem um piano para tocar.
Quão importante você considera o seu estilo, as roupas que você usa?
Eu gosto de usar Calvin Klein, sapatos inglês, camisetas e jeans confortável. Eu sempre fui influenciado pelo look do James Dean. Ontem a elegância era conformismo, hoje é individualidade. Talvez nós devêssemos encontrar um equilíbrio.
Você está interessado no mundo real?
Eu ainda estou interessado em política verde e animais, de preferência sem os paparazzi me seguindo por aí. Eu tenho um cachorro, o verdadeiro companheiro da minha vida, que nunca vai estar em uma sessão de fotos. Toda essa coisa de bem estar animal está profundamente em meu coração: foi uma grande alegria ser capaz de trabalhar com tantas espécies diferentes em WFE. Eu tenho um conceito democrático e liberal da minha vida.
Parabéns. Mas você não acha que isso é uma atitude super séria para um ator famoso como você?
Este sou eu, apenas eu: eu não estou interessado em relacionamentos casuais, eu preciso conhecer as pessoas. Não estou fazendo uma afirmação existencial aqui, simplesmente quero uma família, com 2 ou 3 filhos. Não é engraçado? Eu realmente queria poder falar com animais mais do que com pessoas que pensam que eles me conhecem dos meus filmes.
Cosmópolis, filme de Cronenberg, realmente vai ser super sério, do romance de DeLilo, uma viagem metafórica para a America antes de 11/9.
Eu interpreto um homem contemporâneo: ambicioso, caprichoso, ansioso. Coisa boa.
Fonte: RPLife
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Postar um comentário
-Não incluir links de sites, fotos, e videos nos comentários.
-Não será permitido nenhuma ofensa a atores, atrizes e afins.
-Discusões e ofensas ao Blog irão direto para spam.
Qualquer outro limite ultrapassado, terá o comentário excluido e será enviado para o spam.
Obrigada ao cumprimento da Regra.